desafiando a morte

neste ultimo final de semana eu e alguns bons amigos do alojamento fomos pra abashiri, cidade do leste de hokkaido. a regiao eh considerada uma das mais frias do pais, pois recebe os ventos gelados da siberia e com eles, as placas congeladas que boiam no mar. a nossa intencao inicial era ver esses blocos de gelo, mas bateu um vento fortao na regiao que os arrastou mar a dentro.

o navio quebra-gelo nao valeria a pena, entao resolvemos aproveitar outras atracoes turisticas da cidade, entre elas um "parque de diversoes no gelo", montado em cima de um lago congelado. ali pudemos andar de snowmobile [uma especie de moto que anda na neve], fomos arrastados por este numa boia, num banana boat [sim, o mesmo que usamos na praia!], escorregamos num escorregador feito com blocos de gelo, etc.

ok, tudo muito legal. foi entao que sobrou so um brinquedo, o treno puxado por snowmobile. perto das demais atracoes, aquilo parecia ser o mais sem graca, mas por que nao? sentamos no treno, perguntamos se era necessario o uso de capacete [aqui no japao os caras tem cisma com seguranca] e disseram que nao. beleza, devia ser beeem tranquilo. ai pedimos que o snowmobilista fosse bem rapido, pra dar um pouco de emocao.

eu, antes da aventura

o treno comecou a se movimentar, o gelo triturado pelo snowmobile comecou a nos machucar o rosto e a velocidade era incrivel. nao dava pra abrir os olhos, mas sentiamos o treno cambaleando de um lado para o outro, o vento frio cortando a cara, e aquela viagem sem fim. "o que eu to fazendo aqui, eu vou morrer!", todos pensavam e gritavam. o snowmobile parou, respiramos aliviados e, com a cara totalmente congelada, comemoramos o fato de ter sobrevivido ao treno da morte.

junki, ainda em estado de choque

depois de nos recuperarmos do trauma, seguimos com a vida hahaha



fizemos uma caminhada com esqui, uma das atividades mais cansativas e quentes que se pode fazer na neve, depois visitamos o museu da prisao de abashiri, uma das maiores do japao. o legal dos museus aqui eh que os japas sempre inventam um jeito de o visitante interagir com o local, de mostrar realidade. ali, mesmo a historia sendo meio pesada, viamos bonecos simbolizando os prisioneiros que se mexiam, algo a la montanha encantada do playcenter. gostei da sala de banho, que mostra alguns prisioneiros com tatuagens de yakuza [a mafia japonesa] e da historia do cara que tentou fugir da prisao um milhao de vezes. tinha ate um boneco dele subindo pelo teto.



pensamos em pescar naquele esquema de fazer um buraco no gelo e esperar o peixe vir, mas tb nao rolou. maaas mes que vem volto pra regiao de novo, pode ser que tenha uma nova chance!