12.4.07

mais despedidas


quando a gente dá tchau, é pra se despedir de alguém que você vai ver em breve.
já o adeus é uma coisa mais dramática, do tipo que você só diz quando a coisa pega de verdade.

esses dias estou falando muito tchau, uns até com carga de adeus, dado o tempo que vai levar pra rever aquelas determinadas figuras. o chato é que essa coisa de viagem pro japão quebra demais esse ritmo de novas amizades, eventos, voluntariado, boteco, comida barata e música sertaneja.

como diz um amigo meu, talvez essa fase nunca mais volte mesmo.

sábado é dia do edu ir embora. mais um dia de chororô no aeroporto, de tchaus e adeus.

5.4.07

não consigo parar

O Vento

Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver
Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar
Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?
...
Vou pensar
Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
Isso eu vi, o vento leva!
Não sei mas sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É vontade de esquecer
E isso por que?
(diz mais)
Ú
Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez
se tem que durar
Vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três
Se as vidas atrás
São parte de nós
E como será?
O vento vai dizer lento que virá
E se chover demais
A gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois sorrir em paz
(Só de encontrar...)

4.4.07

Do lado de cá... saudades

No início do mês de abril começaram a partir os primeiros bolsistas 2007, rumo ao Japão. Os que ficam têm milhares de despedidas para ir, tanto em bares, pizzarias, karaokês, aeroporto... e ficam pra trás, dando tchau e esperando aquela figura conhecida desaparecer entre muros e máquinhas de raio x.

A nós cabe dar um abraço forte, passar confiança para aquele que parte e sente um misto de euforia, por causa do novo desafio de morar longe, com aquele medo de ir embora, de deixar coisas e pessoas para trás. Derrubar algumas lágrimas às vezes é inevitável, dos dois lados [tanto dos que vão como os que ficam].

Alguns ainda têm a possibilidade de reencontrar os amigos mais cedo, lá no nihon, como o caso dos kenshuseis e dos ryugakus atrasados. Ficam combinando passeios do outro lado do mundo, mesmo que a incerteza paire sobre datas e locais.

Os que ficam no Brasil têm sua rotina normal, mas convivem com o Buraco. Buraco esse que aparece nos dias em que você vai pro bar com os amigos e fica faltando uma piada, ou quando você passa por um quarto e nota que onde havia agitação e bagunça a energia não funciona mais. O Buraco vai sendo preenchido aos poucos com outra rotina, outra realidade e acaba-se acostumando com ele. O fato é que ele está ali, e isso perturba.

Mas o que nos acalma é saber que daqui a pouco o Buraco será preenchido de novo.